a casa caiu quando estamos cidade

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CRIATURAS acionam o inexistente diante do olhar_sentir_caminhante, cada dia supurado por movimentos autômatos que a existência concreta inculca, asfalto quente, vozes maquinicas, quem escuta? Quem diz? O que? 

URBANAS do centro, não-lugar-dos-infernos que coage um viver amparado por motivos outros, elxs oscilam o trabalho e a vontade de prazer, sem nem se dar conta disso: que a cidade frui sensação, as vezes, pensamento e ação na labuta que tange a morte para longe, porque viver é bom, mesmo que na fricção dentro do ônibus apertado, uma prova de que existir é imanência, latência do desconhecido por se manifestar na brincadeira, no bando, cardume, oceano complexo que invade, sem que se saiba dos culpados pela tarifa de ônibus cara. 

CRIATURAS URBANAS tensionam sua criação e o cosmo entorno, para propor a derrubada de quem lucra com a escravidão dos sentidos, intuem desestabilizar o que convoca motivos de se deslocar-existir pela cidade, de goza-la. 

CRIATURAS URBANAS urdem-urgem-vorazmente-camadas-de-vozes que entoam juntas a desordem como parâmetro mínimo para qualquer coisa, um discurso, uma falácia, que não será uníssona nunca, CRIATURAS BARULHENTAS que somos; bagunça para a vida até, na superfície da pele e do mundo, os arranhões propositais, no peito, nos pulmões; uma ação de desfazer a arte pública em insurgência estética mesmo, acontecimento no corpo que come uma feijoada altruísta e caga e entende que essa biologia do corpo vivo é política, arma de guerrilha contra o status quo opressor, bombas brancas, um cagaco de CRIATURAS HEDONISTAS.

Quem sabe uma conspiração poética silenciosa que percorre as ruas, em bando, para escutar a cidade, o que ela murmura e a gente não compreende; cardume que irrompe em pequenos circuitos de ordem e manejo dos corpos, das sensações, para sinalizar as presenças, o local e o movimento que os corpos delineam_desviam, nas escadas rolantes que convergem, no atraque, cabo-de-guerra-de-orgaos-braços-ideias-vontades. 

Vagamente [porque não basta criar a priori] uma intenção de incluir, incitar a alteridade, misto de antropologias e biologias caóticas, a vida é a própria poética, sua dor, a falta de jeito para horizontes novos, intuir o que não está presente para desestabilizar o real, a relação com a matéria de tudo em profusão. CRIATURAS DESEJAM a festa, a brincadeira, a desordem, disparar noticias falsas, procurar o EXU DA TERRA, se revoltar contra forcas institucionais, repousando a arte sobre um fazer a vida compartilhada, modo essencial de operar a insurgência, vacilar o cotidiano, borrar sentidos e significados. 

 

por jhon eldon 

Post enviado por Ronald Duarte em sex, 10/11/2017 - 15:16

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